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Homem que confessou atirar em prefeito diz ter achado que vítima era estuprador

Por GILVAN BALBINO CALÇADOS

12/01/2019 02:00h

O jovem Gustavo Araújo da Silva, que confessou ter atirado no prefeito de Novo Acordo Elson Lino Aguiar (MDB), disse durante o depoimento à Polícia Civil que não sabia quem a vítima era.

O suspeito alega ter sido enganado pelo empresário Paulo Henrique Sousa, que é apontado como responsável pela contratação de um pistoleiro para o crime. Araújo disse ter recebido de Sousa a informação de que o alvo do atentado era um estuprador.

Gustavo afirma que durante todo o planejamento do crime ele acreditou que estava sendo contratado pelo pai de uma vítima de estupro em busca de vingança. Ele só teria descoberto que se tratava do prefeito da cidade, quando viu as notícias sobre o caso.

Ainda no depoimento, o atirador afirma que ficou horas aguardando do lado de fora da casa do prefeito porque viu que havia duas mulheres no local e não queria agir até que o alvo estivesse sozinho. Disse ainda que a arma usada no crime era de Paulo Henrique e seria devolvida após a execução.

Gustavo diz não ter tido contato com o vice-prefeito da cidade, Leto Moura Leitão Filho (PR), apontado como mandante. No próprio depoimento, Paulo Henrique confessou ter agido a mando do vice e disse que os políticos se desentenderam por causa da divisão de propinas vindas de fraudes na prefeitura.

 

O crime

 
O prefeito de Novo Acordo, Elson Lino de Aguiar (MDB), de 59 anos, foi baleado na cabeça ao sofrer o atentado na tarde desta quarta. A família informou que o ele estava sozinho dentro de casa quando tudo aconteceu.
O imóvel não é murado e a porta da sala estava destrancada. O atirador entrou e abriu fogo contra o prefeito dentro do quarto dele. O gestor conseguiu chegar até a parte de fora, onde pediu socorro.
 

Outro lado
 
O vice-prefeito negou qualquer participação no crime na saída da delegacia. "Sou inocente. não mandei matar ninguém. Dotozin é meu amigo", afirmou Leitão.
Já o advogado do prefeito Elson Aguiar repudiou a acusação de envolvimento em um esquema de propina na cidade.

"O atual prefeito jamais permitiu qualquer tipo de ato ilícito durante o seu mandato, inclusive, nunca permitiu que se efetivasse qualquer pagamento a fornecedor sem processo licitatório devidamente formalizado", diz nota enviada pela defesa.
Os outros dois citados não quiseram falar com jornalistas (G1 Tocantins).